A experiência como o segredo da felicidade para a geração Y
A geração Millenium tem buscado ser mais feliz através das experiências do usuário, mudando assim o perfil de compras dos consumidores do futuro.
por Victor MacedoSe você tem mais de 25 anos hoje e se identifica com a geração nascida entre as décadas de 80 e 90, já deve ter ouvido de seus pais sobre estudar e trabalhar para garantir um futuro, no qual você possa adquirir bens e poder usufruir de uma vida mais tranquila. De fato os Millennials é a mais bem educada em comparação às gerações anteriores, porém também é a geração com menor poder aquisitivo, segundo dados divulgados pelo Federal Reserve, em pesquisa. Então por que, nossa geração com mais estudo se encontra também como uma geração menos posses?
Diferente de nossos pais, a geração Y vem passando por uma mudança de comportamento social e de consumo, que formam características como a facilidade em estarmos conectados on-line e off-line, o imediatismo, a busca constante por novos conteúdos e a necessidade de compartilhamento de informações diárias, gerando a conduta de valorização das experiências e da construção de relacionamentos entre os jovens.
Segundo estudo feito pelas empresas Future Foundation Millennials Study, SDL Millennials Study e Millennial Central Study, dos EUA, 90% da geração Y está presente nas redes sociais, 41% gostam de interagir com empresas nas quais elas realizam algum tipo de compra e 60% desejam ter a mesma experiência em todos os canais de atendimento (online e offline), Esses números nos mostram como o quanto a experiência é um fator importante na hora de adquirir um produto ou serviço.
Isso se deve ao valor percebido que a experiência vem trazendo como relevância, atrelado à felicidade em nossa geração.
Para o professor e psicólogo, o Dr. Thomas Gilovich da Cornell University, nos EUA, que estuda a questão do dinheiro e felicidade por mais de duas décadas, a compra de bens materiais traz felicidade, porém por um breve período. “Nós compramos coisas para nos fazer felizes, e termos sucesso. Mas só por um tempo. Novas coisas são excitantes para nós no início, mas depois nos adaptamos a elas”, disse ele em uma entrevista à Fast.Co.
Em um gráfico podemos ver a relação de felicidade em relação ao tempo de uso de algum bem de consumo.
Ao adquirirmos um produto novo, nosso nível de empolgação e satisfação é elevado, mas com o passar do tempo, ele tende a diminuir com a novidade não sendo tão mais nova assim.
Em contrapartida as experiências trazem uma felicidade com maior tempo de felicidade, pois ela trás consigo o fato de poder revisitar na mente aquele momento vivido, e também a possibilidade de compartilhamento com outras pessoas, afinal segundo o psicólogo, as pessoas podem gostar de bens materiais, porém eles permanecem separados de nós e em contraste as experiências são parte de nós mesmos.
As experiências se tornam parte de nós, e carregamos elas ao longo de nossas vidas. E o fato de poder compartilhá-las é o que prolonga a duração da felicidade, afinal, nós existimos através das memórias a contar de cada segundo partilhado.
Somos a soma de todas as nossas experiências.
Dr. Thomas Gilovich
Somos a geração que valoriza momentos, e não somente em adquirir as coisas. Para nós o importante é poder compartilhar essas experiências com outras pessoas e nos conectar com elas. Seja no meio digital ou na interatividade offline, as experiências vividas e o fato de poder compartilhá-las nos traz a satisfação de vida que a nossa geração valoriza e que tem seu amadurecimento quando o “ser” se torna mais importante que o “ter”.
Referências:
The Science Of Why You Should Spend Your Money On Experiences, Not Things – CASSANO, Jay – Fast Company, 30 de março de 2015
A ciência explica por que você deveria gastar dinheiro com experiências, não coisas – Redação Hypeness, 20 de agosto de 2015
Estudo explica porque as experiências trazem mais felicidade que as coisas que temos – Psicologias do Brasil, 8 de junho de 2016
Era da experiência: 81% das pessoas consideram a experiência uma necessidade – Redação TI Inside, 5 de Novembro de 2019
Millennials são iguais aos pais, porém mais pobres, conclui Fed – HERRON, Jeremy e KAWA, Luke – Exame, 04 de dezembro de 2018
Geração X, Z e Y: saiba as diferenças entre elas e o perfil profissional de cada uma – Faculdade Unileya, 12 de abril de 2019
The Economic Consequences of Millennial Health – BlueCross, 6 de novembro de 2019
Educados e pobres: jovens têm só 5% da riqueza dos EUA – MARTUCCI, Mariana – Exame, 10 de outubro de 2020
Perfil das Gerações do Mercado de Trabalho – RHEIS Consulting, 13 de outubro
DFA: Distributional Financial Accounts – The Federal Reserve
Millennials: a geração de consumidores que valorizam a experiência e o relacionamento – Algar tech
Millennials: a geração digital que valoriza a experiência – Cedro Technologies